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Sunday 30 May 2010

Consciência Colectiva

Cada vez estou mais convencida de que existe uma consciência colectiva que a maioria de nós vai perdendo à medida que nos tornamos adultos. Se calhar o mais certo é tratar-se de uma consciência colectiva SELECTIVA, em que algumas pessoas se lembram de certo tipo de situações mas apenas algumas são capazes de as verbalizar, como é o caso da citação anterior, tirada do livro BRIDA. Quando a li, tive como que uma epifania: de repente esclareceu-se o que me aconteceu quando tinha vinte e poucos anos.
Um moço muito giro, por acaso, e eu andavamos na fase dos primeiros encontros (fase que hoje parece ter desaparecido): a fase da conquista, em que nada - nem mesmo um beijito – acontecia. Em três encontros deste tipo dava para ver se aquela primeira atracção – no meu caso, as borboletas no estômago – eram suficientes para namorarmos...Outros tempos! Bom, continuando...esse moço até me causava muitas borboletas mas, simultaneamente, eu também sentia algo que dizia 'foge'. No terceiro encontro, o pobre moço ía pedir-me em namoro (realmente, as coisas eram mais românticas antigamente! Ou, então, eu é que tive a sorte de conhecer sempre ´Príncipes')...mas ele era de ciências exactas (desculpem a generalização) e não tinha muito jeito para as palavras, por isso caíu no erro de iniciar a conversa assim: «Tu és como uma flor....» ...Adivinham o que disse a seguir? :
«...como uma flor numa jarra.» !?!
Pois...Eu tive um ataque de riso que tive que disfarçar em tosse...e como por vezes não consigo controlar as palavras que se me acumulam no fundo da garganta, tive, porque tinha mesmo que dizê-lo,senão arrebentava, que preferiria ser comparada a uma flor ainda no arbusto, no roseiral ou onde quer que fosse (menos numa jarra!) pois aí viveria mais tempo e menos 'confinada'...
O moço até era um bom 'partido': educado, trabalhador, lindo de morrer...mas a minha intuição veio a confirmar-se: posteriormente, ele mostrou um lado quase obsessivo, recusando-se a aceitar a rejeição.
Gostaria de ter escrito o que Paulo Coelho escreveu, mas quando li aquelas frases, senti que essa informação sempre esteve em mim, guardada nalguma célula do meu ser.

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